24 Ago 2015
Você sabia? O Café pode ajudar a aliviar o estresse.
Cada vez mais pessoas sofrem de estresse, seja no trabalho, no trânsito ou na vida pessoal, e muitas acabam não procurando formas de lidar com os fatores que o desencadeiam.
Para quem se identifica com a situação, há um vislumbre de esperança vindo da Alemanha, onde pesquisadores descobriram que muitas pessoas bebem mais café em períodos de estresse, o que seria uma espécie de automedicação contra os sintomas.
"O estresse crônico faz com que a pessoa fique deprimida, ansiosa, incapacitada de tomar decisões e sem conseguir pensar direito. Esses são os principais efeitos, tanto nos seres humanos, como nos animais", explica Christa E. Müller, professora do Instituto de Farmácia da Universidade de Bonn.
Estimulante popular, o café não deixa apenas a pessoa mais acordada e fortalece a memória. A cafeína, provavelmente, também reduz os efeitos do estresse.
O composto químico bloqueia um mecanismo no cérebro responsável por desencadear diversos sintomas do estresse no corpo. Se o mecanismo é interrompido, os sintomas desaparecem, como demonstraram pesquisadores em testes feitos com camundongos.
"Os ratos voltaram a ser completamente normais, não tinham mais sintomas de estresse. A capacidade da mente deles melhorou drasticamente. Eles estavam menos ansiosos e não mais deprimidos. Pensamos que o mesmo pode acontecer com humanos, há evidências de que a cafeína atua como antidepressivo e que melhora a habilidade intelectual", diz Müller, que já examinou o assunto junto com um grupo de pesquisa internacional.
Corrida ao receptor
Os cientistas têm feito grandes progressos na investigação sobre o tema. Eles procuram entender o que acontece no organismo que desencadeia os sintomas do estresse, um processo bioquímico altamente complicado no cérebro.
A adenosina, substância causadora de estresse, encaixa-se em uma ligação das células cerebrais, e os sintomas de tensão surgem. A cafeína, porém, bloqueia essa substância, afastando os sintomas. É como se ela ganhasse a "corrida".
"É possível que o receptor não se ligue à adenosina, mas sim à cafeína. Podemos ver que essas ligações têm posições muito semelhantes, é como se, quando a cafeína se conecta ao receptor, a adenosina não consegue mais fazer a ligação. Ou seja, os sinais de estresses são interrompidos no princípio", diz Dominik Thimm, também do Instituto de Farmácia da Universidade de Bonn.
No entanto, cafeína em doses elevadas gera efeitos colaterais indesejáveis: mantém a pessoa acordada, provoca incontinência urinária e pode levar à hipertensão. Por isso, os cientistas procuraram substâncias que protejam o organismo do estresse do mesmo modo, mas sem esses efeitos colaterais.
Se a nova substância para tratar o estresse também funciona em seres humanos, apenas os estudos clínicos com pacientes poderão mostrar. Até lá, é preciso continuar recorrendo à cafeína.
FONTE: Notícias Terra.